Redação| 07/12/2019 18H55
É o maior valor para o mês desde 2015. Em 12 meses, IPCA avançou para 3,27%, acima dos 2,54% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores, mas ainda abaixo da meta de inflação.
Inflação acelera para 0,51% em novembro
A disparada nos preços das carnes fez o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, acelerar para 0,51% em novembro, após registrar alta 0,10% no mês anterior, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 6 de dezembro. Esse é o maior resultado para um mês de novembro desde 2015, quando o IPCA ficou em 1,01%. No acumulado do ano, a inflação registrou 3,12% e, nos últimos 12 meses, ficou em 3,27%. Em novembro de 2018, houve uma deflação de -0,21%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete registraram alta em novembro, com destaque para despesas pessoais (1,24%), alimentação e bebidas (0,72%), e habitação, que passou de uma deflação de 0,61% em outubro para alta de 0,71% em novembro. Juntos, os três grupos corresponderam a cerca de 82% do IPCA de novembro.
“No grupo de despesas pessoais, a alta foi puxada pelos jogos de azar, com a entrada em vigor dos reajustes dos preços das loterias federais, que variaram de 40% a 66%”. “Já a aceleração no grupo alimentação e bebidas deveu-se, principalmente, ao comportamento dos preços das carnes, que registraram alta de 8,09% e contribuíram com o maior impacto individual no mês (0,22 ponto percentual)”.
De acordo com a pesquisa divulgada pelo IBGE, o aumento nos preços das carnes decorre da maior demanda pela China acompanhada da desvalorização do real frente ao dólar, como resultado. A alimentação no domicílio, que havia registrado deflação de 0,03% em outubro, passou para uma alta de 1,01% em novembro. Já a alimentação fora do domicílio apresentou alta de 0,21%.
Na habitação, a variação de 2,15% foi influenciada pela energia elétrica, com a mudança de bandeira tarifária de um mês para o outro. “Em outubro, estava em vigor a bandeira amarela, com acréscimo de R$ 1,50 para cada 100 quilowatts-hora consumidos. Já em novembro, passou a vigorar a bandeira vermelha patamar 1, cujo valor foi reajustado”, disse o gerente da pesquisa.
No lado das quedas, destaca os artigos de residência, que tiveram variação de -0,36% e contribuição de -0,01 p.p. no índice do mês. Comunicação registrou queda de 0,02% e vestuário alta de 0,35%. Em transportes, os preços dos combustíveis (0,78%) desaceleraram na comparação com o mês anterior (1,38%), especialmente por conta da gasolina, que variou 0,42% em novembro. As passagens aéreas subiram 4,35%, pelo segundo mês consecutivo.
Entre os 16 locais pesquisados pelo IPCA, a maior variação ficou com São Luís (1,05%), por conta da alta nos preços da gasolina e das carnes. As regiões metropolitanas do Recife e de Aracaju registraram o menor índice (0,14%): no primeiro caso, em função da queda nos preços de alguns itens alimentícios, como a cebola, a batata-inglesa e as frutas; em Aracaju, além da queda da cebola, houve também redução nos preços do gás de botijão.
Inflação em 12 meses sobe para 3,27%
Com o resultado de novembro, o índice oficial de inflação acumula alta de 3,12% no ano. Em 12 meses, o IPCA avançou para 3,27%, acima dos 2,54% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores, mas permanecendo abaixo da meta definida pelo governo para o ano (4,5%).
Um dos Controles para atingir a meta governamental
A meta central de inflação deste ano é de 4,25%, e o intervalo de tolerância varia de 2,75% a 5,75%. Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), que está atualmente em 5% ao ano – mínima histórica.
Da Redação com dados do IBGE.